Produzir mais, melhor, em menos tempo e com menos recursos; Eis uma realidade com a qual nos deparamos diariamente, independentemente da nossa formação, experiência ou sector de atividade. Na verdade, o mundo mudou! A situação económica dos mercados mundiais, o desenvolvimento cada vez mais rápido das novas tecnologias e a diminuição, ao longo das últimas décadas, da carga de trabalho semanal são alguns dos fatores decisivos que levaram as empresas a colocar na primeira linha das suas preocupações as noções de produtividade e de qualidade. A esta mudança, as empresas do sector da construção não foram exceção. 

Uma mudança necessária 

Numa economia cada vez mais global associada à diminuição clara da quantidade de obras de construção, as empresas do sector vêem-se confrontadas com o aumento constante da concorrência. Concluir obras cada vez mais complexas, a velocidades cada vez mais rápidas e a custos cada vez mais reduzidos, tornou-se um fator decisivo no aumento da competitividade.

Para atingir esse objetivo, e à luz da situação atual, as empresas ligadas ao sector da construção devem ser capazes de melhorar vários aspetos, essenciais à sua sobrevivência.

Por um lado, devem ser capazes de efetuar uma estimativa ainda mais rigorosa dos custos e dos recursos necessários à construção de cada obra, de modo a reduzir o risco associado aos projetos e as constantes derrapagens orçamentais. Por outro, devem ser capazes de analisar de maneira eficaz e na sua globalidade os diferentes projetos de especialidades de modo a identificar, com a maior antecedência possível, não só os elementos suscetíveis de reduzir os custos e de otimizar a produção, como também os diversos erros de projetos que podem originar o atraso da entrega da obra. Uma vez que a execução e a coordenação de projetos são tarefas complexas e morosas, o aparecimento de imprevistos e de incompatibilidades durante a fase de construção, por mais pequenos que possam ser, pode rapidamente ter um forte impacto na calendarização e no orçamento, visto que uma coordenação ou uma quantificação deficiente dos materiais e da mão-de-obra podem absorver até 30% dos custos de construção.

A utilização de software BIM, ao permitir gerir e coordenar de modo eficaz as diversas informações relativas a cada projeto, possibilita aumentar consideravelmente a eficácia das empresas do sector da construção e consequentemente a sua competitividade.

Do modelo à visualização do projeto

No método tradicional, as tarefas relacionadas com a produção de documentos bi ou tridimensionais são, por norma, repartidas pelos diversos intervenientes de projeto ou colaboradores. As plantas, cortes, alçados ou outras peças desenhadas são assim tratadas a duas dimensões, em paralelo dos quais é muitas vezes criado de raiz um modelo tridimensional, ou parte deste, que visa à extração de documentos mais comunicativos tais como renders ou animações. Uma vez que todos os documentos produzidos são tratados como elementos independentes, o rigor, a exatidão e a concordância desses elementos depende de um único fator: uma boa comunicação entre os diversos intervenientes.

Infelizmente, e apesar dos esforços efetuados por parte de todos os envolvidos, a frequente falta de tempo aliada à diversidade de intervenientes - que varia consoante a dimensão do projeto - torna-se muitas vezes um obstáculo nessa boa comunicação, comprometendo não só a integridade do projeto como também a sua realização.

Com a utilização desta metodologia tradicional, toda e qualquer alteração ocorrida no projeto, transforma-se numa tarefa complexa e morosa. A informação deve ser transmitida a todos os envolvidos que por sua vez devem alterar todos os elementos manualmente, consumindo assim recursos desnecessariamente.

Na ndBIM, acreditamos que a adoção de novas tecnologias - mais precisamente de software BIM - e naturalmente, de novas metodologias de trabalho, permite reduzir consideravelmente o tempo dedicado à elaboração de documentos e consequentemente aumentar o tempo dedicado ao projeto, isto é, ao desenvolvimento da ideia a ser construída.

A utilização de software BIM – citando, a título de exemplo, o ArchiCAD, desenvolvido pelo grupo Graphisoft – permite a criação de modelos tridimensionais, que correspondem a uma representação virtual fidedigna do projeto a ser construído.

Esses modelos tridimensionais são compostos por elementos paramétricos, interligados entre si, que podem ser alimentados ou alterados em simultâneo por todos os colaboradores de um mesmo projeto, independentemente das suas funções. Todas as informações de projeto passam a estar concentradas num único modelo, acessível por todos os intervenientes, facilitando assim a comunicação entre as diversas equipas.

Nos modelos BIM, os diversos elementos bem como as ligações que estabelecem com as restantes componentes são automaticamente atualizados sempre que uma alteração é efetuada por parte de um dos intervenientes. Todos estes elementos tridimensionais estão diretamente relacionados entre si, o que faz com que uma simples mudança de forma, posição, textura ou de qualquer outro parâmetro que lhe for atribuído, tenha uma influência direta em todos os elementos do modelo, garantindo assim uma representação rigorosa da realidade a ser construída.

Ao contrário do método tradicional, com a utilização de software BIM, efetuar uma alteração ao projeto – mesmo que este esteja ainda apenas construído de virtualmente – passa a ser uma tarefa fácil e automatizada. Alterar o projeto significa também alterar automaticamente todas as plantas, cortes, alçados, etc., uma vez que esta potente ferramenta oferece a possibilidade de extrair desenhos bidimensionais rigorosos a partir do modelo virtual e isto, em qualquer fase de desenvolvimento do projeto. Para tal, a considerável quantidade de dados presente nesses modelos deve, obviamente, ser filtrada e publicada em formatos adaptados a cada interveniente do projeto.

Em suma, um modelo BIM, desde que se encontre atualizado, permite, em poucos minutos, a produção de qualquer peça desenhada que represente o estado exato do projeto no preciso momento em que for publicado.

 

Para além da possibilidade de visualizar e apresentar o projeto através de elementos bidimensionais potenciadas pela ferramenta ArchiCAD, a utilização de um modelo BIM oferece também a funcionalidade de criar visualizações tridimensionais do projeto, perfeitamente fiéis não só à realidade a ser construída, mas também às representações bidimensionais do mesmo, uma vez que estas são combinadas numa única ferramenta.


O desenvolvimento de representações tridimensionais possui um papel essencial em algumas fases de projeto. Em fases iniciais, essas representações podem adquirir um papel fundamental para se destacar face aos seus concorrentes. As ideias apresentadas aos clientes são claras e inovadoras, permitem acelerar a compreensão não só do projeto mas também da obra. Com a utilização do BIM, é facilitado tanto o estudo como a proposta de soluções alternativas de projeto e de construção, quer seja por questões económicas ou por questões técnicas. Em fases mais avançadas, essas representações podem igualmente ser utilizadas para apresentar claramente a estratégia, os métodos e o processo de construção: o cliente adere às ideias apresentadas com toda a confiança, uma vez que elas são a representação rigorosa da realidade antes mesmo de iniciar a obra.

Em suma, com a mudança de metodologia de trabalho e a adoção de novas ferramentas BIM, as tarefas relacionadas com a produção de documentos bi e tridimensionais - que consomem importantes recursos – são automatizadas e passam para segundo plano. O rumo dos diversos intervenientes passa a ser o mesmo e todos colaboram com um único objetivo – criar um modelo virtual que represente a realidade exata a ser construída.   

Do modelo à coordenação de especialidades

Referimos anteriormente o quão difícil pode ser a colaboração e a comunicação entre os diversos atores envolvidos na construção de um projeto. Focaremos agora a nossa atenção nas dificuldades e nos problemas derivados da coordenação dos diversos projetos, produzidos por todos esses atores, ou seja, da coordenação das diversas especialidades.

 Construir um edifício é, sem dúvida, uma operação complexa. As empresas capazes de coordenar de maneira mais eficiente os grandes fluxos de informação, provenientes dos diversos intervenientes e, consequentemente, antecipando os erros e as incompatibilidades da obra, são também as empresas que possuem a maior probabilidade de entregar uma determinada obra dentro dos prazos e do orçamento estabelecido.

 

É um facto, quanto mais avançado se encontra o projeto, mais aumenta o custo derivado da resolução dos problemas de conceção.

Em fases de projeto, a comunicação dos erros e das incompatibilidades é na maioria das vezes irrelevante, não tendo, regra geral, grande impacto no custo ou nos prazos.

No caso do projeto já se encontrar em fase de construção, o aparecimento de erros ou de incompatibilidades pode ser desastroso na conclusão da obra, uma vez que o tempo decorrido entre a conclusão do projeto e o arranque da obra pode por vezes ser muito longo. As equipas autoras dos projetos poderão já estar envolvidas noutros projetos ou até, em alguns casos, estar a trabalhar noutras empresas. Assim sendo, o investimento feito na análise e correção do projeto pode ser extremamente elevado.

 

Graças à utilização de tecnologias BIM, associadas ao know-how de alguns especialistas, os modelos provenientes das diversas especialidades podem, desde uma fase muito inicial, ser combinados numa única base de dados e verificados através de processos automatizados. Os erros, omissões ou conflitos entre diversas especialidades são detetados virtualmente e, consequentemente, resolvidos antes mesmo de iniciar as fases de licenciamento e de construção, reduzindo assim os riscos de derrapagens orçamentais.

 

Do modelo à extração de quantidades

Por fim abordaremos mais uma das inúmeras vantagens da utilização de modelos BIM – a extração de quantidades.

No método tradicional, o cálculo das quantidades de materiais para orçamentação corresponde a um processo manual, longo, exaustivo e sobretudo sujeito ao erro humano. É muitas vezes realizado por empresas subcontratadas – que constituem um custo acrescido – ou por equipas exteriores à envolvida na conceção do projeto, que têm por um lado de analisar e compreender o projeto e, por outro, de calcular as quantidades de recurso necessários para a construção de cada projeto. Com a utilização de modelos BIM, associados às potencialidades de softwares como o Vico Office, desenvolvido pela Trimble, este processo é automatizado, facilitado, acelerado e acima de tudo mais rigoroso.

De facto, e uma vez que o modelo BIM é uma representação fidedigna do edifício real a ser construído, é possível retirar dele todos os recursos, nomeadamente materiais necessários a cada etapa de projeto. As tarefas de planeamento de entregas de materiais são facilitadas e as encomendas podem ser feitas com uma maior precisão.

Para tal, os diversos elementos de construção são agrupados de acordo com o seu tipo e são lhes associados dados relativos à sua conceção (recursos, mão de obra, produtividades, etc.) O cálculo é, assim, feito automaticamente e qualquer alteração feita ao projeto terá imediatamente impacto nas quantidades extraídas do modelo.

Estudos realizados por diversas empresas em obras piloto revelam que as quantidades extraídas dos modelos BIM são extremamente fidedignas desde que, obviamente, exista uma metodologia eficaz de controlo de qualidade do modelo.

Automatizar o processo exaustivo de cálculo de quantidades permite efetuar estimativas mais cedo e com mais frequência, avaliando e comparando, com maior facilidade, as implicações de cada alternativa de projeto no custo total da obra.

Por fim, e uma vez que já enumeramos algumas das vantagens proporcionadas pelo BIM – como a eliminação de incompatibilidades, a otimização da solução construtiva, a eliminação dos erros e omissões e, claro, a extração de desenhos automaticamente atualizados – optaremos, em jeito de conclusão, por nos dirigir àqueles que mais vantagens poderão ter com a adoção destas novas metodologias.

Caso seja Dono de Obra, permitir-lhe-á não só ter um melhor projeto e um planeamento do empreendimento mais eficaz, como também mitigar o risco do seu investimento. A ndBIM, através da sua equipa de projeto e dos seus parceiros está ansiosa por trabalhar consigo na conceção dos seus empreendimentos.

Por outro lado, se é Construtor e não recebe os projetos em modelos BIM, não se preocupe! A ndBIM poderá ser o seu parceiro na conversão dos elementos bidimensionais para modelos BIM de altíssima qualidade que servirão de base, não só para o seu orçamento como também para o planeamento temporal e económico.

 

 


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